quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Escavações revelam primeiro colchão pré-histórico

Descoberta na África do Sul mostra que humanos há 77 mil anos já estavam preocupadas com a limpeza de suas cavernas

Planta aromática era usada como repelente em forragem de cavernas
Há 77 mil anos, humanos já se preocupava em dormir num local limpinho, macio e longe de insetos. Pesquisadores descobriram na África do Sul uma espécie de colchão rudimentar, formado por plantas aromáticas que também servia como repelente. O aparato, encontrado durante escavações na caverna Sidibu, na África do Sul, é a prova mais antiga do uso de vegetação rasteira para dormir.
O “colchão” na verdade era formado por uma fina camada de caules e folhas de um tubérculo fossilizado, chamado junça, coberta por uma fina camada de folhas de Cryptocarya woodii. As folhas desta árvore contêm substâncias químicas com poder inseticida. Antes da descoberta, acreditava-se que os humanos daquela época dormiam diretamente sobre a areia em acampamentos, próximos a fogueiras.
“A forragem de 77 mil anos continha folhas usadas não só pelo cheiro bom, mas também por produtos químicos para repeliam insetos e outras pragas. As pessoas estavam construindo suas camas com essa proteção em mente”, disse ao iG Lyn Wadley, professora de arqueologia da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, e autora do estudo publicado no periódico científico Science. 
Na imagem, vestígios da forragem usada na caverna da África do Sul
De acordo com o estudo, a forragem não foi usada apenas para dormir, mas teria proporcionado uma superfície confortável para viver e trabalhar. A limpeza era feita de forma contínua, por meio da queima do colchão pré-histórico – a prática ficou mais intensa só há 73 mil anos, o que sugere o aumento da população.

 Das cavernas, mas limpinho
Como as plantas não foram tecidas nem alteradas, só colocadas no chão, Lyn considera incorreto chamar o aparato de colchão. Para ela o mais interessante da descoberta está no fato do uso de plantas medicinais há 77 milhões de anos. “Duas questões tornam a presença da forragem mais cedo do que imaginávamos muito importante. Primeiro, o uso de plantas medicinais em forragens para repelir insetos. Depois as queimas repetidas, onde é possível analisar as alterações no padrão de assentamento humano na região. Conforme o abrigo passou a ser habitado com maior frequência e aqueles que ocuparam eles tiveram que limpar a sujeira deixada por antigos moradores”, disse.

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